January 10

A Nudez do Contribuinte nº 163 521 182.

EDIÇÃO Nº60 | JANEIRO - FEVEREIRO - MARÇO | 2023

BREVE EXCERTO

“Não,
eu não estou nu,
nem por baixo da roupa,
como por aí se diz.
Removendo a roupa,
de permeio entre mim e mim,
restam ainda muita pele, muita carne,
muitos ossos, muitos órgãos,
muita labiríntica trapalhada,
canais por onde circula o sangue,
nervos por onde circulam ordens e desordens,
muitas camadas de frio
e de calor.
Não,
eu não estou nu,
nem por baixo das palavras,
como por aí se diz,
nem debaixo do silêncio,
nem por dentro da transparência,
nem na ressonância de um nome
que se desfaz
em ecos.”

 

A Nudez do Contribuinte nº 163 521 182.

De Sebastião Alves

January 10

Procura-se: mais Empatia!

EDIÇÃO Nº60 | JANEIRO - FEVEREIRO - MARÇO | 2023

BREVE EXCERTO

“Como seria o mundo se fossemos todos um pouco mais empáticos? Como seria a nossa vida, o nosso dia-a-dia, se não levássemos tão a peito cada “falta de respeito” que consideramos dos outros, muitas vezes apenas por agirem de forma diferente? Como seria termos mais empatia pelos outros, e por isso sermos mais tolerantes e aceitantes com o que consideramos “erros” dos outros? Como seria a nossa vida sem o constante julgamento? A empatia, a tolerância e a aceitação andam de mãos dadas.
Tendo em conta que a tolerância se define do latim tolerantia(constância em sofrer), “é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Do ponto de vista da sociedade, a tolerância é a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar outra pessoa ou grupo social, que tem uma atitude diferente das que são as normais no seu próprio grupo. Assim, a partir da tolerância, é garantida a aceitação das diferenças sociais e a liberdade de expressão. Tolerar algo ou alguém é permitir que algo prossiga, mesmo que a pessoa não concorde com tal valor, pois é dado o respeito de discordar. Ser tolerante implica aceitar que todos temos a liberdade de escolha das nossas convicções e que todos temos o direito exatamente igual de desfrutar da mesma liberdade”.”

 

Procura-se: mais Empatia!

De Joana de São João Rodrigues

January 10

Psicopatologia e Fisioterapia: dinâmicas e epistemologia

EDIÇÃO Nº60 | JANEIRO - FEVEREIRO - MARÇO | 2023

BREVE EXCERTO

“Existe uma dinâmica epistemológica comum, \"monista\", a reiterar o enlace entre Fisioterapia e Psicopatologia, e que se representa nitidamente no tracto, avaliativo e interventivo, de condições como raquialgias ou doença articular degenerativa. Compreender a sua dialéctica é antecipar tanto um círculo vicioso inescapável, de âmbito ontológico, como prevenir o necessário equilíbrio clínico e paradigmático.
Este equilíbrio expressa-se, primeiramente, por uma linha média raquidiana que divide o corpo em (a) zona posterior, especialmente mnésica e defensiva, lugar das grandes hegemonias miofasciais (Mézières, 1949; Nisand, 2005; Coelho, 2008) e em (b) zona anterior, lugar de acção e movimento, de relação com o mundo. A zona posterior encerra cadeias miofasciais, essencialmente tónicas, posturais, capazes de uma contracção profunda pouco evidente (dado que estes músculos não hipertrofiam com facilidade), que fornecem ao \"ser\" a base da sua \"persona\". Quando livre, flexível, a cadeia muscular posterior não resiste à acção \"anterior\", mas, quando encurtada, a mesma cadeia é compensada pela rigidez do movimento \"agente\". Por sua vez, esta rigidez produz ainda mais contracção posterior.”

 

Psicopatologia e Fisioterapia: dinâmicas e epistemologia

De Luís Coelho

January 10

"Tempo de aprender a perder" - Uma reflexão acerca da abordagem em saúde mental infantil a

EDIÇÃO Nº60 | JANEIRO - FEVEREIRO - MARÇO | 2023

BREVE EXCERTO

“As experiências de perda e do luto em idade pediátrica têm uma indiscutível importância para o desenvolvimento socio-emocional ao longo da vida, contendo diversas particularidades que podem condicionar uma vulnerabilidade acrescida de problemas de saúde mental ao longo da vida. No entanto, a formação e literacia nos diversos níveis de cuidados parece estar aquém da necessária neste tema que se mantém alvo de controvérsia científica. A pandemia trouxe um novo foco de atenção a esta área que, não só se verifica pelo aumento do número de mortes e enlutados neste contexto, como pelos múltiplos fatores de risco para um curso de luto patológico que tem inerente.
A abordagem aos fenómenos de perda e luto na infância e na adolescência representa um enorme desafio clínico. Embora as vivências de perda e luto sejam transversais à experiência humana e, na sua maioria decorram de forma natural e adaptativa, vários aspetos têm sido descritos na sua relação com a psicopatologia na infância e adolescência. A singularidade de diferentes etapas do desenvolvimento infantil em relação à compreensão cognitiva destes conceitos, assim como a dependência afetiva dos adultos para a regulação emocional, contribuem para que a abordagem ao luto nesta faixa etária seja alvo frequente para subdiagnósticos em situações graves ou intervenção inapropriada em processos saudáveis e adaptativos. Para além disto, os processos de luto podem ser extrapolados para outras vivências de perda significativa, não só nos casos de afastamento real por morte como por perdas imaginadas ou afetivas, que se prevê que estejam potencialmente aumentadas no contexto de pandemia.”

 

\"Tempo de aprender a perder\" - Uma reflexão acerca da abordagem em saúde mental infantil a vivências de perda e luto na pandemia

De Francisca Magalhães, Rita Amaro, Joana Correia, Catarina Nascimento, Carlota Veiga de Maçedo, Juan Sanchez

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